Os cuidados para avaliar um profissional devem ser os mesmos em qualquer momento do mercado, da economia ou do País. Afinal, uma escolha equivocada pode impactar diretamente na qualidade do trabalho e nos resultados do negócio em qualquer faixa da pirâmide. É sempre muito desgastante para a empresa, o gestor e o caixa da companhia passar por sucessivas experiências de selecionar, receber, treinar, ambientar e desligar colaboradores.
Principalmente em momentos desafiadores, redobra-se a atenção com relação ao processo seletivo e quem realmente está agregando valor ao negócio. Os empregadores precisam ter ao lado profissionais que estejam empenhados em, pelo menos, tentar manter ou elevar os resultados e a qualidade das entregas, mesmo diante da redução momentânea de recursos, equipe e tempo. Não dá para negar que, em alguns casos, a situação de crise agrava deficiências enraizadas na companhia. Mas, em muitos casos, o famoso “fazer mais com menos” se instala por uma necessidade pontual do negócio.
Dentro do cenário que estamos vivendo, uma habilidade muito valorizada pelos empregadores é a capacidade de trabalhar de forma autônoma. Com o trabalho distribuído e o negócio se transformando, o gestor precisa ter ao lado pessoas que possam gerir as próprias ações, buscar meios de criar proximidade com pares de trabalho, sinalizar quando algo não vai bem e questionar melhor as demandas para não perder tempo com informações desencontradas ou retrabalhos.
Habilidade para lidar com tecnologia é outro diferencial interessante nesse momento. Isso porque o novo momento que estamos vivendo acelerou a jornada das organizações na Transformação Digital de alguma forma, seja sua atual empresa quanto naquela para a qual você pode vir a trabalhar no futuro. Então, não faz mais sentido ser resistente a inovações, ter medo de ser substituído por máquinas, ser avesso a soluções que automatizam processos ou gerenciam tarefas, por exemplo.
Com relação às novas tecnologias, em decorrência dos movimentos da Covid-19, muitas organizações estrearam no uso de plataformas de comunicação e colaboração (opinião de 65% dos 249 entrevistados pela Robert Half), aplicativos ou serviços baseados em nuvem (20%), soluções de inteligência artificial (3%) e serviços de inteligência de negócios e relatórios (12%). Então, se você faz parte desse grupo mais conservador, minha recomendação é que, para o bem da sua carreira, você comece a repensar essa atual postura.
Mudanças, em geral, nos tiram da nossa zona de tranquilidade, fazem-nos pensar diferente e dão muito trabalho para nos fazer crer que valem a pena serem implementadas. Mas se você tiver capacidade de trabalhar de maneira autônoma e entender a tecnologia como uma aliada do seu desenvolvimento, já conseguirá transitar de maneira um pouco mais tranquila no mundo para o qual estamos caminhando.